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sábado, 1 de dezembro de 2007

Auto-ionização da Água

Sabemos que uma solução conduz corrente eléctrica quando conduz iões. Como a água pura é formada por moléculas e, no entanto, tem uma pequena condutividade eléctrica, ou seja, através da água ocorre uma reduzida passagem de corrente eléctrica. Este facto significa que na água pura existem alguns iões. Como a água pura é uma substância anfotérica (tanto se comporta como um ácido e como uma base). Se uma molécula de água ceder um protão (ácido) a outra molécula de água (base) dá-se a chamada ionização da água ou auto-protolise da água.
H2O(l) + H2O(l) <=> H3O+(aq) + HO-(aq)
À constante de equilíbrio desta reacção chamamos constante de ionização da água ou produto iónico da água. (Kw)
Kw= [OH-] [H3O+]
A constante de equilíbrio a 25ºC, da água, é igual a 1x10^-14, e com o aumento da temperatura aumenta. Quanto à auto-protólise da água podemos dizer que: - É uma reacção muito pouco extensa
- É uma reacção endotérmica (o Kw aumenta com a temperatura)

A Hemodiálise

O que é a hemodiálise? A hemodiálise é um procedimento que filtra o sangue. Através da hemodiálise são retiradas do sangue substâncias que quando em excesso trazem prejuízos ao corpo, como a ureia, potássio sódio e água. ... Como é feita a hemodiálise? A hemodiálise é feita com a ajuda de um dialisador (capilar ou filtro). O dialisador é formado por um conjunto de pequenos tubos chamados "linhas". Durante a diálise, parte do sangue é retirado do corpo, passa através da linha num lado, onde o sangue é filtrado e retorna ao paciente pela linha do lado oposto. Actualmente tem havido um grande progresso em relação à segurança e a eficácia das máquinas de diálise, tornando o tratamento bastante seguro. Existem alarmes que indicam qualquer alteração que ocorra no sistema (detectores de bolhas, alteração de temperatura e do fluxo do sangue, etc). ... Quanto tempo dura a hemodiálise? Em geral, a hemodiálise é feita três vezes por semana, com duração de quatro horas cada sessão. Podem existir variações neste tempo de acordo com o tamanho e a idade do paciente, assim como numa mulher grávida. Adultos de grande porte podem necessitar de um tempo maior. Actualmente, é possível medir a quantidade de diálise e pode mudar-se essa quantidade, aumentado ou diminuindo o tempo de diálise, o número de sessões semanais, o fluxo de sangue ou o tamanho do dialisador. ... Quem determina a duração da hemodiálise? O médico é quem determina a quantidade de hemodiálise que o paciente precisa de acordo com o estado de actividade do corpo, da alimentação e ingestão de líquidos. O objectivo do tratamento é que o paciente se sinta bem, bem nutrido, livre de inchaços, com a pressão controlada e com os exames de sangue mostrando quantidade aceitável de potássio, ureia, etc. ... Como é retirado o sangue do corpo? A hemodiálise é feita por um tubo (cateter) que é colocado numa veia grossa que é o acesso vascular para hemodiálise. É o que permite a retirada e a devolução do sangue para a pessoa. O tipo mais frequente de acesso vascular é a fístula. Consiste numa ligação entre uma artéria e uma veia através de uma pequena cirurgia. Esta ligação permitirá a colocação de duas agulhas por onde o sangue sairá para o dialisador e depois será devolvido para ao doente. ... Quais são os cuidados com a fístula? Para manter uma boa fístula: mantenha o braço da fístula bem limpo, lavando sempre com água e sabonete. Isto evita infecção que podem inutilizar a fístula. Qualquer sinal de inchaço ou vermelhidão deve ser comunicado imediatamente ao médico ou a enfermeira. Faça exercícios com a mão e o braço onde está localizada a fístula, isto faz com que os músculos do braço ajudem no fortalecimento da fístula. Evite carregar pesos ou dormir sobre o braço onde está a fístula, pois a pressão sobre ela pode interromper o fluxo de sangue. ... O que mais se deve fazer para cuidar da fístula? Não permita as verificações de pressão arterial no braço onde está localizada a fístula, pois o fluxo de sangue pode ser interrompido. Não permita a retirada de sangue ou o uso de medicamentos nas veias do braço da fístula a não ser que seu médico autorize. Caso aconteçam manchas roxas após a utilização da fístula, use compressa de gelo, no dia em que isso ocorreu e água morna nos dias seguintes, conforme orientação médica e da enfermeira. ... Como prevenir complicações na fístula? É sempre bom evitar que as punções para a hemodiálise sejam repetidas no mesmo local da fístula, para que não se formem cicatrizes que dificultem as próximas punções. Ter o hábito de palpar o seu pulso na região da fístula para sentir o fluxo de sangue a passar. Caso perceba que o fluxo está muito fraco, diferente do costume ou que parou completamente, procure auxílio médico imediatamente pois este é um sinal de mau funcionamento ou perda da fístula.
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Quais são os medicamentos usados na hemodiálise?
- Vitaminas: algumas vitaminas perdem-se durante a diálise. A ingestão de vitaminas repõe o seu nível.
- Acetato ou Carbonato de Cálcio: fornece um suplemento de cálcio, além de evitar a absorção do fósforo e diminui a acidose do sangue. Reduzindo a absorção de fósforo evita-se a doença óssea do doente renal.
- Ferro: para melhorar a anemia.
- Eritropoetina: para aumentar a produção de glóbulos vermelhos pela medula óssea e corrigir a anemia.
- Vitamina D activada (calcitriol): para aumentar a absorção intestinal de cálcio e melhorar a mineralização dos ossos.
- Anti-hipertensivos: os pacientes com hipertensão arterial que não baixa depois da sessão de diálise necessitam de medicação para controlá-la.
O médico indicará qual é o mais adequado para cada paciente. Qualquer desses medicamentos, até os considerados mais inócuos, tomados sem controle médico, podem ter efeitos desastrosos. Por isso, é imprescindível que cada paciente siga as instruções de seu médico.

sábado, 17 de novembro de 2007

As Leveduras...

As leveduras, como os bolores, são fungos, mas deles se diferenciam por se apresentarem, usual e predominantemente, sob forma unicelular. Como células simples, as leveduras crescem e se reproduzem mais rapidamente do que os bolores. Também são mais eficientes na realização de alterações químicas, por causa da sua maior relação área/volume. As leveduras também diferem das algas, pois não efectuam a fotossíntese, e igualmente não são protozoários porque possuem uma parede celular rígida. São facilmente diferenciadas das bactérias em virtude das suas dimensões maiores e de suas propriedades morfológicas. A respeito do que foi dito acima, as leveduras não constituem um grupo definidos de microrganismos, embora exibam uniformidade morfológica, ou melhor, são diferenciados menos de acordo com características morfológicas e mais de acordo com as características fisiológicas. Como se pode verificar na figura que se segue a morfologia das leveduras é muito variável (figura 1):
..Figura 1 Quatro tipos de leveduras
Existem, aproximadamente, 350 espécies diferentes de leveduras, separadas em cerca de 39 géneros.

terça-feira, 13 de novembro de 2007

O pH e suas aplicações...

Definição de pH
Representa a grandeza físico-química potencial hidrogénico ou potencial de hidrogénio iónico, visto ser calculado a partir da concentração de iões hidrogénio (H+) numa solução. A partir do valor do pH descobre-se o grau de acidez ou basicidade/alcalinidade dessa mesma solução. Na tabela ao lado estão valores de pH para algumas soluções comuns do dia-a-dia. Relacionado com o conceito de pH está o conceito de pOH, que mede a concentração de iões OH-. O termo pH foi introduzido por S.P.L. Sorensen em 1909. O "p" deriva do alemão "potenz", que significa poder de concentração, e o "H" é para o ião hidrogénio.
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Cálculo do pH
O valor do pH é calculado a partir da concentração de iões hidróxido presentes numa determinada solução:
pH = - log[H+]

onde o operador p representa o simétrico do logaritmo de base 10 da concentração dos iões hidrogénio. Como se pode ver, o pH é dado por um número positivo. Se não o sinal menos a afectar o logaritmo, o pH seria um numero negativo devido aos valores normalmente muito pequenos de [H+]. Repare-se que o termo [H+] na equação acima apenas diz respeito à parte numérica da concentração do ião de hidrogénio, pois não se pode determinar o logaritmo em unidades. Assim, tal como a constante de equilíbrio, o pH de uma solução é uma quantidade adimensional. As soluções podem então ser consideradas ácidas ou básicas consoante o valor do seu pH:

- Solução Neutra : pH = 7

- Solução Básica: pH > 7

- Solução Acida: pH <>

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Medidores de pH

Existem várias formas de medir o pH de uma solução sem recorrer a cálculos matemáticos:
- Indicadores de pH - compostos químicos (normalmente bases ou ácidos fracos) com determinadas propriedades, que, ao serem adicionados a uma determinada solução, vão alterar a sua cor dependendo do pH dessa solução. Isto acontece porque, sendo ácidos ou bases fracas, ao serem adicionados a uma solução, vão se ligar aos iões H+ e OH- , provocando uma alteração na sua configuração electrónica e alterando a sua cor. Existem também indicadores em fita de papel, os quais basta mergulhar na solução e verificar a cor que o papel adquire.

- Medidores electrónicos (pHmetros) Hoje em dia já existem vários aparelhos que permitem determinar o pH de uma determina solução, os chamados medidores electrónicos de pH ou pHmetros, que sao bastantes úteis e facilitam em muito o processo. O funcionamento básico de um pH consiste basicamente em um eléctrodo acopolado a um medidor de pH (minivoltímetro) com uma escala que converte a tensão em valores de pH de uma solução. A medição potenciométrica do pH requer um eléctrodo indicador e um eléctrodo de referência, cada eléctrodo constituindo uma meia-célula. A meia-célula que corresponde ao eléctrodo de referência gera uma voltagem constante e que não depende do pH. A meia-célula correspondendo ao eléctrodo indicador é constituída por um eléctrodo de vidro. A membrana deste eléctrodo, que tem geralmente a forma de um bolbo, é fabricada a partir de um vidro especial de composição rigorosamente controlada. Esse vidro apresenta uma propriedade singular que o distingue dos vidros comuns: o contacto com uma solução aquosa provoca uma modificação superficial da estrutura:

Resumidamente, tudo se passa como se a água da solução transformasse a camada externa do vidro, inicialmente dura e compactada, numa película hidratada do tipo gel. Essa camada gelatinosa extremamente fina permite a penetração dos iões H+ e, consequentemente, o aparecimento de uma voltagem (que irá ser medida pelo minivoltímetro), que é função linear do pH.

terça-feira, 30 de outubro de 2007

Sintropia vs Entropia

Termopar

Os termopares são dispositivos electrónicos com larga aplicação para medição de temperatura. São baratos, podem medir uma vasta gama de temperaturas e podem ser substituídos sem introduzir erros relevantes. A sua maior limitação é a exactidão, uma vez que erros inferiores a 1 ºc são difíceis de obter. Uma termopilha é o nome que se dá a um conjunto de termopares ligados em série. Um exemplo da aplicação de termopares e termopilhas pode ser a medição de temperaturas em linhas de gás.

Como Funciona ?

Em 1822, o físico Thomas Seebeck descobriu (acidentalmente) que a junção de dois metais gera uma tensão eléctrica que é função da temperatura. O funcionamento dos termopares é baseado neste fenómeno, que é conhecido como Efeito de Seebeck. Embora praticamente se possa construir um termopar com qualquer combinação de dois metais, utilizam-se apenas algumas combinações normalizadas, isto porque possuem tensões de saída previsíveis e suportam grandes gamas de temperaturas. Existem tabelas normalizadas que indicam a tensão produzida por cada tipo de termopar para todos os valores de temperatura que suporta, por exemplo, o termopar tipo K com uma temperatura de 300 ºc irá produzir 12,2 mV. Contudo, não basta ligar um volímetro ao termopar e registar o valor da tensão produzida, uma vez que ao ligarmos o voltímetro estamos a criar uma segunda (e indesejada) junção no termopar. Para se fazerem medições exactas devemos compensar este efeito, o que é feito recorrendo a uma técnica conhecida por compensação por junção fria. Caso se esteja a interrogar porque é que ligando um voltímetro a um termopar não se geram várias junções adicionais (ligações ao termopar, ligações ao aparelho de medida, ligações dentro do próprio aparelho, etc...), a resposta advém da lei conhecida como lei dos metais intermédios, que afirma que ao inserirmos um terceiro metal entre os dois metais de uma junção dum termopar, basta que as duas novas junções criadas com a inserção do terceiro metal estejam à mesma temperatura para que não se manifeste qualquer modificação na saída do termopar. Esta lei é também importante na própria construção das junções do termopar, uma vez que assim se garante que ao soldar os dois metais a solda não irá afectar a medição. Contudo, na prática as junções dos termopares podem ser construídas soldando os materiais ou por aperto dos mesmos. Todas as tabelas normalizadas dão os valores da tensão de saída do termopar considerando que a segunda junção do termopar (a junção fria) é mantida a exactamente zero graus Celsius. Antigamente isto conseguia-se conservando a junção em gelo fundente (daqui o termo compensação por junção fria). Contudo a manutenção do gelo nas condições necessárias não era fácil, logo optou-se por medir a temperatura da junção fria e compensar a diferença para os zero graus Celsius. Tipicamente a temperatura da junção fria é medida por um termístor de precisão. A leitura desta segunda temperatura, em conjunto com a leitura do valor da tensão do próprio termopar é utilizada para o cálculo da temperatura verificada na extremidade do termopar. Em aplicações menos exigentes, a compensaçao da junção fria é feita por um semicondutor sensor de temperatura, combinando o sinal do semicondutor com o do termopar. É importante a compreensão da compensação por junção fria; qualquer erro na medição da temperatura da junção fria irá ocasionar igualmente erros na medição da temperatura da extremidade do termopar.

Curiosidades:

Os termopares disponíveis no mercado têm os mais diversos formatos, desde os modelos com a junção a descoberto que têm baixo custo e proporcionam tempos de resposta rápidos, até aos modelos que estão incorporados em sondas. Está disponível uma grande variedade de sondas, adequadas para diferentes aplicações (industriais, científicas, investigação médica, etc...). Quando se procede à escolha de um termopar deve-se ponderar qual o mais adequado para a aplicação desejada, segundo as características de cada tipo de termopar, tais como a gama de temperaturas suportada, a exatidão e a confiabilidade das leituras, entre outras.

O que é o Soro Fisiológico e suas aplicações...

=> Soro fisiológico é uma solução isotónica em relação aos líquidos corporais que contem 0,9%, em massa, de NaCl em água destilada, ou seja, cada 100mL da solução aquosa contém 0,9 gramas do sal. 100 mL de soro fisiológico contem 0,354 gramas de Na+ e 0,546 gramas de Cl-, com pH = 6,0.

Aplicações:
  • Higienização nasal : para pacientes com resfriados, gripes ou com sintomas alérgicos;
  • Desidratação: para reposição de iões de sódio e cloro;
  • Limpeza de ferimentos;
  • Limpeza de lentes de contato;
  • Em preparados para microscopia.
Deve ser usado frio e devidamente esterilizado, portanto, deve ser guardado em geladeira. Deve ser considerado como um medicamento, portanto, só deve ser usado sob prescrição médica.
Precauções:
Alguns soros fisiológicos contêm aditivos e por esse motivo não podem ser utilizados em oftalmologia.
Curiosidades:
- Soro glicosado é uma solução isotónica em relação ao sangue, que contém 5%, em massa, de glicose ( C6 H12 O6 ) em água destilada, ou seja, cada 100 mL de soro glicosado contém 5 gramas de glicose. A glicose é uma fonte de energia que é facilmente absorvido pelas células, daí ser extensivamente usado em medicina como nutriente energético, via endovenosa. Existem soros glicosados com concentrações de 2,5% e 10% que são, respectivamente, hipotonico e hipertonico em relação ao sangue. O soro glicosado deve ser considerado um medicamento, portanto, só deve ser usado sob prescrição médica.
- Soro Caseiro é uma tecnologia social que consiste na preparação e administração de uma solução aquosa de açucar e sal de cozinha recomendado para prevenir a desidratação, resultante de vómitos e diarreias. Com a diarréia e/ou vômito ocorre perda de água e sais minerais pelo organismo. A função do soro caseiro, por via oral, é a de reposição desses elementos perdidos. Um erro na concentração de sal e açúcar pode provocar convulsão numa criança desidratada. Para evitar erros na concentração, a UNICEF divulga a utilização de uma colher-padrão que já apresenta as medidas para a preparação do soro. O soro caseiro é preparado dissolvendo-se uma medida rasa de sal (medida menor da colher-padrão) e três medidas rasas de açúcar (medida maior da colher-padrão) em um copo de água limpa (ou 1 litro de água c/ 3.5g de sal e 40g de açúcar).
O soro deve ser ministrado apenas para prevenir a desidratação ou quando ocorrerem os sintomas iniciais. Em casos mais graves o paciente deve ser encaminhado imediatamente a um médico.